Na noite de 1º de setembro, um grupo de 16 estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA), do Grupo Escolar Deputado Torquato Ferreira Lima, em Nazaré da Mata, viveu um daqueles momentos que ficam guardados para sempre. Metade deles nunca tinha pisado em uma sala de cinema. O encontro com a telona aconteceu no Shopping Carpina e foi possível graças à mobilização dos professores e ao apoio da Secretaria Municipal de Educação.

Mais do que lazer, a experiência foi pensada como parte do processo de ensino. Ao assistir ao filme Caçadores do Fim do Mundo, os alunos puderam mergulhar em debates que cruzam diferentes disciplinas — da história à matemática, passando por artes, geografia, ciências e até educação física. A proposta foi mostrar que aprender não precisa se limitar aos livros ou ao quadro na sala de aula.

O longa traz um cenário futurista em que a Terra, devastada por uma explosão solar, perde toda sua tecnologia. Nesse mundo em ruínas, o ex-soldado Jake (Dave Bautista) sobrevive caçando relíquias do passado e é desafiado a recuperar a Mona Lisa antes que caia em mãos erradas. A trama, repleta de ação, aventura e símbolos culturais, abriu espaço para questionamentos sobre ciência, arte e sociedade.

“Essa experiência vai além do entretenimento. O enredo permitiu trabalhar história, geografia, ciências e até reflexões sobre arte e tecnologia. É uma forma de tornar o ensino mais vivo e próximo da realidade dos alunos”, contou o professor João Victor, que acompanhou a turma.

A atividade reuniu estudantes da primeira à quarta fase da EJA. Muitos, trabalhadores durante o dia e alunos à noite, encontraram nessa saída ao cinema não só diversão, mas também motivação para continuar os estudos. Para alguns, o simples ato de entrar na sala escura, sentir o som envolvente e ver imagens em uma tela gigante foi, em si, uma aula de cidadania e acesso à cultura.