Em uma iniciativa considerada histórica para a política de inclusão social no interior de Pernambuco, a Prefeitura de Nazaré da Mata conseguiu aprovar na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei 04/2025, que cria o Centro Municipal de Referência do Autismo e da Pessoa com Deficiência Não Visível, batizado de Casa Azul. A proposta, encaminhada pela prefeita Adriana Andrade Lima, que está há menos de cem dias de seu primeiro governo, foi aprovada por unanimidade durante sessão ordinária na Casa Joaquim Nabuco, que reúne os 13 parlamentares do município, no último dia (18/3).
Voltado para o acolhimento de mães atípicas – aquelas que cuidam de filhos com autismo ou outras deficiências invisíveis –, o espaço será voltado ao acompanhamento psicossocial, apoio familiar e desenvolvimento de políticas públicas voltadas a esse público, ainda pouco assistido nas redes de saúde e assistência social dos municípios de pequeno e médio porte.
Apesar de a estrutura física e a data de inauguração ainda não estarem definidas, a aprovação do projeto marca um passo significativo da gestão municipal em direção à construção de uma cidade mais inclusiva e sensível às necessidades específicas da população.
“Esse projeto nasce do nosso compromisso com as famílias que, por tanto tempo, ficaram invisíveis para o poder público. A Casa Azul é símbolo de um novo tempo em Nazaré da Mata”, declarou a prefeita, que tem priorizado ações voltadas ao cuidado social desde o início de seu mandato.
A implantação do Centro está alinhada ao fortalecimento da política municipal de inclusão, tema que vem ganhando relevância nas cidades brasileiras. A proposta se destaca por reconhecer a existência das chamadas deficiências não visíveis – condições que não apresentam sinais físicos óbvios, mas exigem acompanhamento e atenção especializados, como é o caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na comunicação e na interação social, além de padrões repetitivos de comportamento. A complexidade do transtorno exige uma rede de cuidado que vá além do atendimento clínico, integrando educação, assistência e apoio familiar.